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Prevenção e Realidade:

contexto do cancr      em Portugal
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O CANCRO
SILENCIOSO

Mais de 600 casos anuais
são diagnosticados em Portugal, segundo a Medis

Um número que tem vindo a aumentar. Os dados globais da OMS revelam que 60% de todos os casos são diagnosticados em estadios avançados, uma vez que os seus sintomas iniciais são vagos e facilmente confundidos com “problemas comuns”, como desconforto abdominal, sensação de inchaço ou alterações no apetite. Por esta razão, muitas mulheres só procuram ajuda médica quando a doença já se encontra num estado mais avançado. Espera-se, por isso, que a incidência do cancro do ovário em Portugal continue a aumentar nos próximos anos, assim como a mortalidade, como ilustrado no gráfico seguinte.

Apesar da dificuldade em diagnosticar o cancro do ovário precocemente, a prevenção é fundamental no combate a esta doença.

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O cancro continua a ser uma das principais causas de morte em Portugal e no mundo. O cancro do ovário, em particular, é uma das formas mais silenciosas e perigosas da doença, afetando muitas mulheres. De acordo com a International Agency for Research on Cancer (IARC), embora o cancro do ovário represente apenas 2,32% dos casos de cancro feminino em Portugal, o seu impacto na saúde pública é considerável, uma vez que é um dos tumores com menor taxa de cura, devido ao diagnóstico tardio. Este atraso ocorre principalmente pela falta de sintomas específicos nos estadios iniciais, o que torna difícil a deteção precoce. Além disso, não existem exames específicos para o rastreio do cancro do ovário, ao contrário do que acontece com a mamografia (para o cancro da mama) e o Papanicolaou (para o cancro do colo do útero).

PREVENÇÃO

Estudos mostram que certas escolhas e intervenções podem reduzir significativamente o risco de desenvolvê-la.

Em comum com outros tipos de cancro, uma das prevenções mais eficazes contra o cancro do ovário é manter um estilo de vida saudável, com uma probabilidade de redução entre 60% a 70%, segundo o Comité de Peritos da World Cancer Research Fund. Acredita-se que uma dieta adequada poderia prevenir de três a quatro milhões de novos casos de cancro por ano. 

Segundo a Liga Portuguesa contra o Cancro...

Mais de 65% dos portugueses apresentam excesso de peso
Portugal é o 17º com maior prevalência de obesidade, segundo a PORDATA

Estes números ganham ainda mais relevância quando se alarga a uma escala global. Segundo o jornal Público, em 2022, mais de mil milhões de pessoas, no mundo, faziam parte do índice de obesidade. Em Portugal, com uma população aproximada de dez milhões, esta condição afetava cerca de 2,3 milhões de adultos e 107 mil crianças e adolescentes entre os cinco e os 19 anos. Estes dados evidenciam a obesidade como um grave problema de saúde pública, tanto a nível mundial como nacional, sendo que 5% da incidência de cancro na Europa poderia ser evitada através de hábitos de vida mais saudáveis.

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Assim, a adoção deste estilo de vida depende, em grande parte, da predisposição das pessoas e das suas escolhas diárias. Adotar hábitos como uma alimentação equilibrada, a prática regular de exercício físico e a ida regular a consultas de check-up é essencial para que se mantenha informado sobre o seu corpo, tal como informado por Doutor Fernando Maluf, médico oncologista do Instituto Vencer o Câncer.

Há um menor risco, de 30 a 50%, de desenvolvimento de cancro do ovário em mulheres que usam contracetivos orais.

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Outro dos fatores preventivos com uma grande taxa de redução do desenvolvimento, em particular do cancro do ovário, é o uso de métodos contraceptivos hormonais, como a pílula, que demonstram ter um efeito protetor quando utilizados a longo prazo.

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Contraceção (SPC), o método contracetivo oral mais utilizado pelas portuguesas é a pílula, representando 98,6% das mulheres que usam contracetivos. Este é o método mais acessível e recomendado pelo Serviço Nacional de Saúde, sendo este utilizado pelas mulheres maioritariamente para prevenir a gravidez.

No seguinte gráfico, é possível analisar a percentagem de utilização da pílula como método contraceptivo nas diferentes faixas etárias, entre os 15 e os 49 anos, evidenciando o padrão de utilização deste método ao longo das várias fases da vida reprodutiva.

Outra intervenção importante na prevenção do desenvolvimento do cancro do ovário é a laqueação dos ovários, procedimento cirúrgico que oferece uma redução significativa do risco de cancro do ovário, entre 20-30%. Este método, embora mais invasivo e irreversível, é frequentemente recomendado em casos

específicos, como mulheres com histórico familiar de

cancro ou mutações genéticas associadas, como o

BRCA1 e BRCA2.

Apesar de ser a segunda medida mais eficaz na prevenção do desenvolvimento do cancro do ovário, a adoção deste método tem vindo a diminuir em Portugal ao longo do tempo, como ilustrado no gráfico, que abrange o período de 2017 a 2022, sendo estes os dados mais recentes disponíveis.

O terceiro fator preventivo no desenvolvimento desta doença é a gravidez, acompanhada pela amamentação, que normalmente ocorre como consequência natural da gestação. Segundo o livro 100 perguntas chave no Cancro do Ovário, publicado em 2017 pela Sociedade Portuguesa de Oncologia, a amamentação está associada a uma redução do risco de cancro do ovário, com uma diminuição de 8% para cada aumento de cinco meses na sua duração. Além disso, conforme destaca o Hospital da Luz, uma gravidez e parto antes dos 26 anos contribuem significativamente para a redução do risco de desenvolver este tipo de cancro. A multiparidade, por sua vez, também contribui para a diminuição desse risco em 8% por cada gravidez adicional. Assim, estes fatores reprodutivos parecem ter um efeito protetor, provavelmente devido à interrupção da ovulação e à redução da exposição prolongada aos hormônios estrogénicos.

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Desta forma, é relevante observar a média de filhos em Portugal, sendo que o Índice Sintético de Fecundidade em 2023 era de 1,44 filhos por mulher. Isto revela que, em média, as mulheres portuguesas têm apenas um filho, possivelmente devido à idade mais tardia em que muitas se tornam mães.

Em média, as mulheres portuguesas têm o primeiro filho aos 31 anos
O número está estagnado desde 2015, revela a PORDATA

UMA DOENÇA QUE NECESSITA DE VOZ

Aumentar a consciencialização sobre esta doença é essencial para mudar este cenário. É urgente promover mais investigação e acesso a cuidados médicos que priorizem o diagnóstico precoce. Em Portugal, existem diversas associações que estão focadas não só em prestar apoio às doentes oncológicas do cancro do ovário e ao seu círculo familiar, como também em conscientizar a população portuguesa através de diferentes ações e campanhas de sensibilização, de modo a que esta esteja mais informada em relação a todos os cancros, especialmente o Cancro do Ovário.

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Lembre-se: O cancro de ovário é uma doença silenciosa, por isso, quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, maiores as probabilidades de reversão do quadro clínico. Para além de ir regularmente ao médico, informe-se junto das associações portuguesas existentes, pois é uma doença que pode afetar qualquer mulher de um momento para o outro. De seguida serão apresentadas algumas associações que poderão contactar de modo a obter mais informações sobre o cancro do ovário.

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